Arquivo do mês: fevereiro 2011

A busca

Tanta coisa por aí.

Caminhos, lugares, paisagens, pessoas, filmes, músicas, instantes, momentos, sonhos, delírios, desejos, vontades.

Quero todas. Quero tudo. Sem desperdiçar mais nada.


Black Swan e o sombrio que habita em nós.

Antes mesmo de entrar no cinema, já sabia que seria uma experiência intensa. Pela própria história do Lago dos Cisnes, pela direção que vai sempre em busca de extremos de Darren Aronofsky, pela trilha também sempre absolutamente incrível de Clint Mansell ( basta ver a dupla junta em Requiem For A Dream, outro filme soco no estômago e que nos pega nas entranhas ), e pelo elenco: Portman, Cassel, Hershey, Ryder, Kunis.

De cara já fui engolida pela Nina e sua evidente loucura a ponto de explodir, mas ainda engatinhando e sendo alimentada pela mãe paranóica e repressora. “Ma’ sweet girl”, my ass. E se pressionando a ser brilhante e conquistar o papel principal – como cisne branco e cisne negro – e conquistar também a aprovação do diretor da companhia de balé, ela vai além do limite. E começa a piração. Começa a lidar com o lado sombrio que ela precisa encontrar em si para ser perfeita no papel. E alucina, enlouquece, cria essa sua versão black em Lily e mergulha em toda essa psicose. Vais se transformando, se conhecendo, se construindo, se descobrindo, até finalmente conseguir sentir o que buscava e sentir-se plena. É de arrepiar!

Arrebatador. Fascinante. Genial. Ainda estou sob o efeito. Ainda sem fôlego. Ainda em delírio.


Conversas com Alice

E então foi isso… Um dia eu resolvi que já não cabia mais em São Paulo, ou São Paulo não cabia em mim ou eu não cabia em lugar nenhum. Achei que talvez um pouco de brisa do mar pudesse me dar uma chacoalhada interna e tudo ficaria mais leve, mais fácil ou menos cansativo. Não deu certo… No começo até que foi bacana. O Rio tem aquela malandragem, aquela putaria inerente. É uma cidade linda, suja, libertina. Te seduz, mas não te leva pra casa. Como os cariocas. Como as cariocas. Te seduz, mas não banca. Te seduz, mas não te pega. Só um pouco e por pouco tempo. Depois de 2 anos e meio, cansei desse caso de amor com essa cidade. Achei que meus pulmões agora queriam se jogar de volta no caos e na poluição. Eu queria as luzes de Sãpa. Queria sua vida noturna, boêmia e sem rumo. Aqui, tudo pode acontecer. Nada é previsível e tudo é uma aventura e eu sou do tipo que gosta de se jogar assim de ponta e sem pára-quedas. Me lancei. De cabeça. Com o coração em taquicardia, deixando um amor secreto e doentio pra trás, fugindo pra um porto inseguro que me fizesse esquecer, anestesiar ou reencontrar alguma coisa que eu não sei o que é. E é aqui, perdida, como sempre fui, que me encontro agora. Andei em círculos. Dei um 360 e parei no mesmo lugar. Nowhere. Nonsense. Mas com o coração ainda pulsando tum tum tum tum tum tum tum…